quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O nome que te dava



Não te daria um nome de flor
Se um nome te tivesse de dar
Pois apesar de darem amor
As flores também fazem chorar

Rude pode parecer
Mas se reparares bem
Tem muito que se lhe dizer

Terias nome de muralha, escudo
Pois apesar de tantas adversidades
Protegeste-me sempre de tudo

Puseste-me um brilho no olhar
E com tanto carinho que me deste
Nunca me fizeste chorar

Sempre com a minha felicidade te preocupaste
E descuidando no teu próprio sorriso
Sem saberes, o meu conquistaste

Porque mesmo sem eu nada te dar
Tudo me deste
Porque mesmo sem eu te abraçar
Carinho sempre me deste

Não quero dar um obrigado mudo
E só me resta que ao meu agradecimento
O teu ser não seja surdo

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Caído



Hoje...no frio da noite
Sentado na Lua a olhar as estrelas
Conto-as todas, caio dela
E olhando para cima procuro as mais belas

Da Terra vejo-a longe
Caí ainda agora mas parecem anos
Agora ao amor, peregrino, sou monge
E sinto na pele os necessários danos

Já mais me arrependerei
De seguir a religião lunar
Seguirei sempre o amor
Mas tenho de “outro astro” procurar

Não é uma desistência
Nem uma infidelidade
Simplesmente já não me procura
Este astro da beldade

Por não me procurar mais
Não devo mais o amor incomodar
Já o sabia a tempo demais
Mas decidia continuar

Já me tinha anteriormente desligado
Mas amor…sobra sempre um bocado
Por isso desta vez com ou sem sobras
Continuarei como sempre sorridente, sem manobras

No fim desta noite…novo dia nascerá
Como de costume a Lua já não me procurará
E nessa manhã apenas esperarei que a luz matinal me ilumine
Que encontre um novo dia…que me fascine…

Agora…fitando ligeiramente a Lua…olho o céu e as estrelas
Sei que algumas brilham apenas para mim
Mas o que tenho a dizer a todas elas:
“Por agora são só estrelas, vocês que brilham assim”

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Anjo da Morte



Se olhares os meus olhos...
Não verás os globos oculares de um poeta
Verás os lúgubres olhos de um pateta...

Estará diante de ti
Alguém de fúnebre aspecto
E perder te-ás na melancolia
Do olhar do incerto

Pois se neles olhares mesmo...
Verás a tristeza que me seca a alma
Os tormentos que me tiram a calma
E chorarás comigo

Chorarás lágrimas de tristeza
E águas de alegria
Por não seres o que eu sou
E eu ser o que te repudia

Estarás na escuridão
Onde a luminosidade não toca
E serás tu a tua própria luz
De quem a própria alma é devota

Não perceberás cada palavra
E perceberás todas elas
Serás as próprias confusões
E terás a resposta para todas elas

Sentirás toda a minha mentira
Verás a minha luz e a minha ira...
Pois são um mesmo, o bem e o mal
Pois são um só, um todo igual

Espera então a confusa verdade
Num cavalo branco a trote
Já que nunca me entenderás...
Pois eu sou o Anjo da Morte

Ruas da Vida



As frias ruas estão desertas
Já não sei onde me aquecer
Não sei as casas certas
Nem como a minha tristeza esquecer

Estou farto de por aqui vaguear
Quero encontrar a minha casa
Já estou cansado de por aqui andar...
Quero voar daqui, mas não tenho nem uma asa

Quero que as minhas palavras se façam anjos
Que voem para o coração de todos e os iluminem
Que me elevem ás nuvens e me deixem descansar
Quero nos calmos céus repousar

Quero expressar o que sinto
Deitar fora a raiva e maldade
Deixar na rua aquilo que a rua pertence..
Deixar a vida com saudade

Darei asfalto ao asfalto
E água á chuva
E vida á gente
Quero deixar a quem não falto
Quero viver contente

Quero sentir a rua o ar e tudo
Quero ser tudo e não ser nada
Quero paz em suma
Quero o sonho da realidade

Libertem-me das correntes
Dêem-me a liberdade...
Beijem-me e abracem-me a alma
Deixem-me viver sem a saudade

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Raiva



Puta que pariu!
Se a puta da vida de mim riu!
Caralhos fodam a merda da sorte!
Que mil e uma macacos mordam a morte!

O azar, e o silencio só me fodem a vida!
Mas as putas das palavras também não dão guarida!
Porque haveria eu de merecer tal?!
Fiz eu sem saber algum mal?!

Fodasse lá para a poesia!
Que nada me dá! só melancolia...
E as palavras que não são ditas...
Mas que sabes e hesitas...

A confusão que fica...
Na puta da minha alma que hesita...
E as palavras que a minha boca debita
Não são mais que merda que o som fita

Merda de poeta,eu
Sou mais alguém que sofreu
Mas não é a raiva que me invade...
É mais a tristeza que me dissuade

Para a todos dar a liberdade
Pelo bem, sem maldade
Para que ninguém se prenda a mim
Que fique tudo bem, e não assim...

(Desculpem o palavriado...escrevi como saiu)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Reflexão de um Louco (eu)



Por vezes fico acordado
Quieto e calado
A olhar em frente
A pensar no presente
A pensar no passado

Nesses dias vejo a poesia
Chama-la palpável pode ser heresia
Mas vejo-a em mim a morrer
Vejo-a em mim renascer
Chega a doer,mas acaba em alegria

Amor e poesia são território sagrado
E quem neles entra é sagradamente castigado
Mas para mim não me importa
Por ambos o meu corpo o castigo suporta
Porque não há nada mais belo que o ser amado

Por isso me atrevo a escrever na língua do amor
E nutro o sentimento divino sem temer a dor
Porque amor e poesia são para mim ambrósia
Fazem o néctar que me dá vida e me recria
São a chave da minha calma e furor

Por isso olho para cima aos deuses e sorrio
Não saberão eles talvez a razão...
Mas o mortal que os olha, é mais feliz e poderoso que o olhar
Porque esse mortal (eu) não tem medo de amar...