Hoje, talvez mais do que nunca quero voltar as origens
Quero voltar a inocência e ao dia em que as palavras eram isso mesmo
Palavras...significavam o que se ouvia
Dizia-se o que se sentia
Naquele tempo em que nada me fugia...
Hoje, o chão foge-me dos pés vezes que nem consigo contar
Agora, que corro a outras velocidades já começo a suar
Hoje, as palavras são sentidas mas por vezes apenas eu as percebo
Agora, cada vez que abro a boca sinto o medo...
O medo de não me fazer entender
Que não sintam as minhas palavras como as sinto
Medo do mundo me esquecer
O receio de não verem o que pinto
Hoje, perco-me e nem sempre há alguém que me guie
Porque agora há caminhos que apenas eu faço
Caminhos que apenas podem ser meus e de mais ninguém
Caminhos cheios de nada e de desdém
Hoje, sinto vontade de voltar as raízes...
De curar as cicatrizes
E continuar pertinaz
Hoje, desejo não haver juízes
Que todos sejam felizes
E ficar em paz
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