segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Hoje...




Hoje...hoje, é dia de nada
É dia de vazio, é dia de água
Hoje, é dia das lágrimas caírem
Dos sorrisos ruírem
E eu...e de eu ficar calado
Ficar isolado
Calar o desespero
E ficar parado

Hoje, olharei no vazio
Aquecerei no frio
E esmorecerei o vidro
Desgastarei essa parede invisível
Partirei a linha ténue e sensível
Que separa o bom do terrível
E farei a fusão
Farei o perfeito e a erosão
A calmaria de um furacão

Neste dia, lançarei pedras ao vento
Cuspirei na terra e no cimento
Saltarei o asfalto e a escuridão
Entregar-me-ei a luz da vegetação
Hoje, vou ser Druida
Vou ser a natureza e a impureza
Hoje, serei o verde e a negrura
A água e a secura

Hoje? Oh, hoje eu serei o estrume na lama
Serei a putrefacção do espírito impuro
E a pureza da água da vida
Hoje, serei seco como um murro
Serei tela preta e colorida...
Pois sou o ser que por aí erra...
Sou o baixo do céu e o alto terra...

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