segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Fumaça



Do fumo nasço
Como quem espera á muito renascer
Leve e incauto traço
O caminho na fumaça do meu ser

Apareço do nada como se invisível fosse
Do interior do fumo apareço
Num leviano toque, do fumo doce

Do fumo que não é nevoeiro
Da neblina que não é vapor
Delineio a minha face no carvoeiro
Na negrura da dor

Negra e fúnebre é a dor do carvão
Mas arde-me loucamente no peito
O fogo do amor e da paixão

Por isso esvaio-me em fumo
Como se de fumaça me tratasse
Sem destino nem rumo
Como se o destino eu traça-se

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